Quando perguntado o que diria a Deus se fosse encontrar com Ele, o famoso filósofo Britânico Bertrand Russel respondeu: “Eu iria repreendê-lo por não nos ter dado evidência suficiente.”
Será isso mesmo?
Filósofos tem debatido por um longo tempo sobre o assunto da existência de Deus. Muitas vezes as razões invocadas para apoiar a existência de Deus foram baseadas na intuição do senso comum partilhado por muitas pessoas. Por exemplo, sem sombra de dúvida, a pergunta fundamental era essa: “ Porque há algo ao invés de nada?” Em outras palavras, porque o Universo físico existe? Podemos explicar a existênica de certas coisas no Universo, mas certamente, o Universo em si mesmo requer uma explanação. Tal explicação precisa ser algo (ou alguém), que não faz parte do Universo físico, mas a despeito disso, tem o poder de trazer o Universo a existência. Esta abordagem tem oferecido base para a crença em Deus. Outra razão foi baseada na analogia. Quando vemos uma linda imagem, ou uma vista complexa, sabemos que uma certa inteligência deve ter estado envolvido em sua criação. Além disso, a ordem, beleza e complexidade que vemos ao nosso redor no mundo natural deve ser o resultado dessa inteligência.
Porém, …
Estes tipos de argumentos receberam sérias críticas nos séculos 18 e 19. Independentemente dos méritos dessas críticas, a posição dominante contra os filósofos na primeira metade do século 20 eram as de que os argumentos para a existência de Deus eram fracos. Na verdade, muitos foram mais longe ainda, declarando que o conceito de Deus em si mesmo era sem sentido. A idéia era que para algo ser significativo, teria que ser verificável através dos cinco sentidos. Já que a existência de Deus não tinha sido verificado desta forma, Deus era considerado ser um absurdo.
Aí, a situação mudou
A declaração de que o conceito de Deus é sem sentido tem sido rejeitada desde então. Até o fim de 1960, filósofos cristãos tem apontado que muitas das razões utilizadas para rejeitar a crença em Deus não foram tão convincentes como muitos ateístas presumiram. Muitos dos argumentos tradicionais para a existência de Deus tiveram um retorno através dos trabalhos de alguns filósofos conhecidos, como Richard Swinburne e William Lane Craig. Frequentemente, a abordagem adotada certamente não foi tentar provar que Deus existe, mas de demonstrar que baseado numa ampla gama de características do Universo, o argumento a favor de Deus era muito forte. Isto não significa que a maioria dos filósofos acreditam em Deus, mas que a crença em Deus e as afirmações centrais do Cristianismo ( como a Ressureição de Jesus) não são incomuns e que podem ser defendidas normalmente dentre os círculos de correntes filosóficas. Há alguns que estimaram tal transformação 50 anos atrás.
Mas descobertas científicas também tem ajudado...
Em 1978, dois cientistas, Arno Penzias e Robert Wilson ganharam o Prêmio Nobel por descobrirem o que é conhecido como a radiação cósmica de fundo. Esta é uma forma de radiação eletromagnética encontrada em todo o Universo. Sua descoberta tem sido chamada da prova mais conclusiva para a teoria do Big Bang acerca da origem do Universo.
Tem a ciência realmente provado que o Universo teve um começo ? De longe a opinião predominante dos cientistas declaram que a resposta é sim. No caso do universo inteiro ter tido um princípio, como tem confirmado o trabalho de Penzias e Wilson, não seria isso a confirmação científica da Criação? O bem conhecido cosmetologista Stephen Hawking declarou: “ Muitas pessoas não gostam da idéia de que o tempo teve um começo, provavelmente porque dá um tom de um ser divino. Na verdade, Hawking tentou evitar a necessidade de um princípio, mas a evidência de um começo é intencionado a representar a opinião científica dominante. O problema do Ateísmo é que, se o Universo teve um início, então significa que também teve uma causa. Definitivamente não apareceu do nada. Parece mais plausível ter sido trazido a existência do nada por um Criador, que é o que os criacionistas sempre acreditaram.
Durante esses últimos 40 anos, outras descobertas científicas tem apoiado a crença em Deus. O exemplo mais eloquente é a regulação fina do Universo. Podemos usar como ilutração o sinal de rádio: você não pode ouvir o seu canal favorito se o aparelho de rádio não foi ajustado na frequência do respectivo canal. De modo semelhante, cientistas tem descoberto que toda uma gama inteira de elementos do Universo são ajustados para que tenham os valores exatamente iguais para a vida existir.
Antony Flew, o bem conhecido filósofo ateísta declara: “Vamos considerar as leis básicas da Física. Tem sido feito cálculos de acordo com o qual, se o valor de uma única constante fundamental – a velocidade da luz ou a massa do elétron, por exemplo, fosse levemente diferente, então nenhum planeta poderia ter sido formado para possibilitar o aparecimento da vida humana.”
Essa regulação fina tem sido explicado de duas formas. Alguns cientistas reconhecem como prova de um projeto divino. E muitos outros tem especulado que o nosso Universo é um de muitos outros, exceto que o nosso teve as condições ideais para a vida. Paul Davies, uma das figuras contemporâneas mais influentes da Ciência Moderna, apoia uma causa inteligente para o Universo: os ateístas declaram que as leis [da natureza] existem sem uma base fundamental, e que o Universo é em última instãncia, absurdo. Como um cientista, é difícil para eu aceitar isso. Deve haver uma base racional invariável com a qual a natureza lógica e ordenada do Universo se baseia.”
Que dizer sobre os argumentos Bíblicos?
Uma das afirmações centrais do Criacionismo tem recebido apoio de um outra fonte surpreendente: do campo de estudos bíblicos. Pode ser uma surpresa para muitos leitores que, durante a primeira metade do século 20, a perspectiva dominante em estudos bíblicos foi a de que os quatro evangelhos encontrados no Novo Testamento eram apenas um pouco mais que mitos antigos que continham um pouco de informação histórica sobre Jesus de Nazaré ou sobre qualquer um dos eventos que descrevem. Na verdade, tem sido praticamente declarado que nada pode ser conhecido acerca do personagem histórico Jesus, sua vida, seus ensinos, obras, morte e certamente, sua ressureição. Acreditar nesse Jesus do Cristianismo significa acreditar num mito sem nenhuma base na realidade histórica.
Porém, essa posição tem mudado drasticamente. Muitos pesquisadores tem começado a entender que a atitude adotada em direção aos evangelhos foi extremamente céptica. Por simplesmente estudar os evangelhos, da mesma forma que outros documentos históricos, e sem assumir que Deus os inspirou, se tornou claro que estes oferecem mais informação histórica precisa do que anteriormente pensado. Nos anos de 1970, um número de cientistas abordaram os evangelhos, focando no ponto de vista Hebreu e nos eventos conhecidos de outras fontes, que se deram por volta da época de Jesus. Quando eles fizeram isso, descobriram que uma grande parte do material nos evangelhos foi historicamente documentado e não tinha como ser negado. Pelo menos o esboço da vida de Jesus, os principais temas de seus ensinos, sua crucificação pelos Romanos, e o fato de seus discípulos declararem que o viram vivo depois se sua morte, são considerados agora como fatos bem estabelecidos.
Um cientista iminente nessa área, Richard Bauckham, tem argumentado que os evangelhos, longe de serem documentos de ficção sem base em eventos reais, são na verdade baseados nos depoimentos de testemunhas oculares que foram os primeiros seguidores de Jesus. Ele mostra que as velhas teorias, reivindicando que os evangelhos foram corrompidos através de um longo processo de erros de tradução, não podem ser mais apoiado. Nem todos cientistas que trabalham nessa área concordam com as conclusões de Bauckham, como nem todos filósofos ou cientistas acreditam em Deus. Porém o importante é que há fortes argumentos históricos para uma visão Cristã sobre Jesus e os evangelhos.
Em vez de conclusões
A existência ou não existência de Deus, especialmente naquele Deus Cristão e Judeu, é um grande assunto da literatura filosófica. Sem dúvida, Cristianismo é mais que um grupo de crenças bem argumentadas, mas qualquer um que quiser encontrar a verdade, necessita pesquisar seriamente este sistema conceitual.